Páginas

sábado, 2 de outubro de 2010

Duas coisas


Duas palavras, duas intenções
Te amo” – cumplicidade e ilusões
Te” – enredo, desfaço, engano
Amo” – o jogo, a conquista, o plano

Duas musas, duas doenças
Que me acometem sem ao menos serem minhas
Psicose – O amor como peça de um tabuleiro
Depressão – A realidade como pesadelo, leal companheiro

Duas ausências, duas tristezas
A dor é sempre maior em quem fica
A presença que se foi sem deixar vestígio
A sanidade que se faz necessária para o alívio

Duas vontades, duas sentenças
Impiedosa é a punição para quem ousa amar demais
Paixão e destino – você me dizia
Amor e segurança – você me trazia

Duas existências incompletas, uma alma destroçada
O poeta errante que chora lágrimas de negação
O porto-seguro inseguro de quem perdeu o próprio chão
E de mim não resta nada – apenas dualidade indesejada...

[02/10/2010]

Nenhum comentário:

Postar um comentário