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terça-feira, 24 de agosto de 2010

Inviolável



No começo eu só queria uma amiga
Alguém pra conversar, me ouvir
Me aconselhar, me apoiar
Momentos difíceis, amores em risco
Te procurar? Proibido, inaceitável, pecaminoso
Mas eu fiz. E te encontrei
Encontrei teu colo, teu conforto
Teu amor incondicional – que eu nunca pedi
Tua entrega plena – que eu nunca esperei
Tuas asas de anjo – você entregou a mim
Anjo caído, as penas aos meus pés

Você me amou, você dizia
Eu não queria, eu não podia
Amor puro, amor de uma vida
Gu, te amo mais do que já amei qualquer coisa
Amiga, amante, razão da minha existência
Eu seu único homem, seu único amor
Sua única razão – não
Apenas mais um. Simultaneamente mais um

Eu e outros, sempre os outros
Ele é louco, desequilibrado
Ele me persegue, me assusta
Ele é obcecado por mim
E tantos, tantos eles
Por que tantos eles?
Suas palavras, meu éter
Inebriado, enganado, apaixonado
Sua liberdade por sua honestidade
Essa sempre foi a única condição inviolável
Mas sua própria violação lhe tirou o respeito pelo inviolável

Me entreguei
Me rendi
Me escancarei
Me tornei seu – seu e dela
Mas irremediavelmente seu
Inquestionavelmente seu
Unicamente seu
Seu pra sempre
Seu para o quisesse, o que fizesse
E você me fez. Me fez mais um
Me fez jogar sem saber as regras
Me fez de idiota, me fez de troféu
Adversário e troféu

Gu, eu não jogo
Você joga com vidas
Gu, você é único
Único a te desmascarar
Gu, com você não tenho filtros
Com todos você tem filtros
Gu, eu não quero roubar você pra mim
Você me roubou de mim, roubou minha dignidade

Ontem você conduzia meus sonhos mais verdadeiros
Hoje você protagoniza meus mais cruéis pesadelos

[24/08/2010]

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