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segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Jogos de tabuleiro


Espaço, tempo, preciso pensar
Estou confusa
Não sei o que quero, o que posso
Espaço, respeita meu espaço!

Dou o tempo
Respeito o espaço
Pense o quanto precisar
Respeito, acima de tudo respeito

Silêncio – apenas silêncio

Noites em claro
Cigarro após cigarro
Trabalho?
Rotina?
Vida?
Desconheço, padeço

Mas tenho o silêncio

É só brincadeira – bobeira
Ele? Amigo – só um amigo
Você? Amor – fervor
Marido? Carcereiro – rueiro
Só preciso de espaço, só preciso pensar

Você não pensa, planeja
Seu espaço não é seu, é dele
Sua confusão é clareza minuciosa
Sabe o que quer, sabe o que pode
 
Criminosa! Devassa! Fria!
Como pude ser tão cego?
Como pude ser tão inocente?
Como pôde ser tão egoísta?
Como pôde ser tão mentirosa?

Jogadora, blefadora

Pois me faço em adversário à altura
E do alto da minha amargura
Encontro forças para ler as regras
Aprender os truques

Agora sei jogar dados
Agora sei as estratégias
Conheço as cartas
Conheço o tabuleiro
Conheço os jogadores
Agora sei jogar

Só não sei jogar com vidas – mas isso você aprendeu por nós três.


[20/08/2010] 

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