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sábado, 28 de agosto de 2010

Palavras



A Poesia sempre me foi um mistério
O Amor sempre me foi tão claro
A Ética nunca me foi questionável
Até você surgir, empunhando foice e rastelo
E sementes do amor mais belo


"As coisas vem e vão, mas NUNCA em vão"
Você se foi e levou tudo, mas deixou algo para trás
Não foi esperança, não foi amor
Não foi consideração, não foi saudade
Não foi vontade de te ter, não de verdade


Palavras. Você me deixou as palavras
Me deixou poesia, uma poesia dolorida
E eu tenho encontrado nessa poesia
Opções, esperanças, alternativas
Escapismo para minha dor que é sua


Purificação. Você me deixou purificação
Escrevo sobre o que você plantou em mim
Solo propício para suas mentiras
E agora as colho, em forma de palavras
Colheita ruim, colho e queimo


Meu Amor por ela. Você nunca me tirou dela
Mas plantou a dúvida, semeou a discórdia
Solo inóspito que eu era
Encontrei em você jardineira sagaz
E você plantou. Mas não imagina o que


Palavras. Estas são suas palavras
Aproveite-as, deleite-se
Porque serão elas sua única vitória
Vitória tão falsa quanto suas intenções
E lembre-se sempre, nunca se esqueça


Eu não quero seu amor
Eu não quero suas desculpas
Não espero por seus motivos
Eu só busco redenção, não com você
Mas de você, sem você


E se para tanto minha única companheira for a Solidão
Serei solitário, porém livre
Livre de você, livre destes sentimentos todos
Sentimentos que não são meus
Que logo não serão nada, apenas palavras


Palavras. Solidão falsa – eu sempre terei as palavras.


[28/08/2010]

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