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quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Quase mil pedaços


Eu não me perdi e mesmo assim você me abandonou...
Me perdi de mim, me perdi em paixão, como você idealizou
Você quis partir, e agora estou sozinho
Desamparado, ludibriado, enclausurado em nossas consequências
Mas vou me acostumar... com o silêncio em casa, com um prato só na mesa
Fizeste tua mala e foste, na mesa nem uma mensagem sobre a tua certeza


Eu não me perdi,
Mas perdi a linha, perdi memórias
O Sândalo perfuma o machado que o feriu
E o cabo do machado fere as mãos que o manuseiam
Adeus, adeus, adeus meu grande amor
Leva daqui essa grandeza mirrada, esse amor premeditado

E tanto faz... de tudo o que ficou,
Essa dor excruciante, esses cacos de quem te amou
Guardo um retrato teu e a saudade mais bonita
Bonita e falsa como teu retrato recortado da revista
Eu não me perdi e mesmo assim ninguém me perdoou...
Você me encontrou e mesmo assim me condenou

Pobre coração - quando o teu estava comigo era tão bom
Bom como o éter nas narinas inebriadas que o vapor corrói
Não sei por quê acontece assim e é sem querer
E mesmo sem querer me permiti perder-me em ti 
O que não era pra ser: Vou fugir dessa dor
Vou fugir do que não foi, como fugiste do meu perdão

Meu amor, se quiseres voltar - volta não
Fica onde está, e me deixa ao menos a realidade que não te interessa
Porque me quebraste em mil pedaços
E escondeste alguns para dificultar minha remontagem

[Versos em itálico: Mil Pedaços, por Legião Urbana]

[08/09/2010]

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