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quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Paz armada


Se escrevo, te relembro
Se não escrevo, te reprimo
Reprimo memórias teimosas que persistem
Persistem e resistem, resistência armada
Guerrilheira, tática, intifada

Minha alma, teu campo de batalha
Banhado em sangue de soldados valorosos
Os cartuchos dos teus tiros no meu íntimo
As marcas da tua ofensiva na minha pele
Tua artilharia pesada apontada para a minha paz

Pois não ataco e nem me rendo
Ergo minhas defesas, me resguardo
Escopeta em punho, capacete alinhado
Me mantenho atento à tua estratégia sorrateira
Atiro em quem se aproxima da minha trincheira

Mas tu não vens, tu nunca vens
Entretida em outra batalha, outra guerra
Tuas tropas já embarcam para outro continente
Tuas armas já disparam contra outro oponente
Se voltasses seria apenas, tão somente

Para recolher os despojos nas ruínas da minha existência.

[09/09/2010]

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