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quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Dualidade


Minha Natália, a pobre donzela
Guardiã da chama da minha paixão
Honesta, direta, sem filtros
Fascinante em sua inocência de criança peralta
Sedutora em sua ardência de mulher feita, perfeita!

Encontraste em meu coração machucado
Morada para teus sonhos
Alento para tuas dores
Recanto para teus desejos mais íntimos
Prometeste apenas tua verdade, minha salvação

Minha Natália, a sagaz psicopata
Meretriz das sutilezas do meu corpo
Mentirosa, cruel, fria
Irresponsável em teus atos programados
Inconsequente em teus jogos com a vida, bandida!

Encontraste em minha alma comprometida
Cenário para tua peça
Tabuleiro para teus lances de dados viciados
Alvo para teus dardos envenenados
Entregaste apenas teu método, minha perdição

Minha Natália, te chamas mesmo Natália?
Trocas de homens como trocas de roupas
Buscas amor verdadeiro ou troféus de conquista?
Descartas os que te amam como cartas de um baralho vagabundo
És menina equivocada ou víbora calculista?

Te dei todas as chances para esclareceres tuas intenções
Mas teu silêncio é mais eloquente que qualquer palavra.

[01/09/2010]

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