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quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Ilusões


Depressão clínica, desistência patológica
Reconforto não encontras – apenas o colo do inimigo
Paz de espiríto não há – nem por um segundo sequer
Amor não se vê – restou algo além da dor?
Sintomas ou realidade – dúvida que me reduz à insanidade

Vidas que se perdem em vis ilusões
Minha ilusão de amor perfeito que me rouba as esperanças
Tua ilusão obsessiva de que não há razão para esperanças
Passeio de ilusão em ilusão, quando só bucava a realidade
Realidade não encontro – apenas desespero, obscenidade

Vítima de duas loucuras que não são as minhas
Vítima da vilã e da mocinha, minh'alma definha
Vida, memórias, porto seguro
Não tenho, falsas, necessito
Busco no espelho e vejo cicatrizes de um desconhecido

Não há sofrimento que dure para sempre
Mais uma ilusão, talvez – não sei
Na ilusão não existe tempo, não existe sempre
Não existe esperança, não existe escapatória
Apenas a certeza de uma cura ilusória

Mas a cura nunca chega, promessa
Nunca cumprida, bálsamo
Nunca alcançado, perdão
Nunca concedido, realidade
Nunca recuperada – para sempre perdida

Ilusão mais bela, ilusão terrível
Pouco importa – realidades tortas
Que exaure minhas energias
Mitiga minhas esperanças
Me faz menos humano dia após dia

Roteiros mal feitos sobre um protagonista condenado.

[15/09/2010]

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